domingo, 8 de janeiro de 2012

A maior das aves de rapina: Harpia harpyja

Lembro da primeira vez que vi uma  Harpia sp. : incrivelmente bela, magnífica, com status de poderosa das poderosas e realmente muito grande. Inicialmente tive medo, talvez pela sua grandeza e também por instinto. Depois me perdi ao admirá-la. Eram 3 aves, 1 casal e mais uma fêmea um pouco separada. Vi seu vôo e naquele momento se houvesse como coroar e reverenciar um animal incrível, eu com certeza teria feito.
Fiquei perdida em meus pensamentos por quase uma hora. Parecia que eram apenas eu e elas.
Pensava em como, nos dias de hoje, uma ave de tal grandeza pode viver livre e protegida em seu hábitat. Na verdade não pode.
A Harpia sp. é uma ave ameaçada de extinção. Culpa do ser humano e de sua mania de grandeza somada ao capitalismo apoiado pela cultura consumismo.  A falta de respeito da nossa legislação também  deixa as questões ambientais a parte das políticas públicas.
É o ser humano, que se acha onipotente e topo de cadeia alimentar.

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Entre os animais que eu tenho loucura, está a bela ave. E com certeza, quando eu tiver coragem de fazer as tatuagens que eu quero, esta magnífica terá lugar de destaque.


Seguem abaixo alguns dados mais a classificação taxonômica da AVE DAS AVES.

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Accipitriformes / Falconiformes
Família: Accipitridae
Gênero: Harpia
Espécie: H. harpyja (sistema binomial) Harpia harpyja (Lineu, 1758)

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  • Nomes vulgares: gavião-real ou uiraçu-verdadeiro - em oposição ao uiraçu-falso (Morphnus guianensis), outra espécie de ave de rapina menor e de aparência muito semelhante.
  • Envergadura de 2,5 metros e peso de até 10 quilogramas.
  • Ambos os sexos têm uma crista de penas largas que levantam quando ouvem algum ruído. Como as corujas, elas têm um disco facial de penas menores que pode focar ondas sonoras para melhorar suas capacidades auditivas.
  • Características físicas: olhos pequenos, um longo topete, a crista com duas penas maiores e uma cauda com três faixas cinzentas, que pode medir até 2/3 do comprimento da asa. Esta ave da família Accipitridae possui asas largas e redondas, pernas curtas e grossas, e dedos extremamente fortes, com enormes garras, capazes até de levantar um carneiro do chão. Sua cabeça é cinza, o papo e a nuca, negros, e o peito, a barriga e a parte de dentro das asas, brancos. Tem entre 50 a 90 centímetros de altura, uma envergadura de até 2,5 metros e um peso variando entre 4 e 5,5 quilogramas quando macho e entre 6 e 9 quilogramas quando fêmea.
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  • Alimentação: predadores tremendamente eficazes, com garras mais compridas do que as de um urso-cinzento. É uma águia adaptada ao voo acrobático em ambientes florestais de espaços fechados.
Elas se aproximam morfologicamente (não se sabe se filogeneticamente) de várias outras aves de rapina tropicais de grande tamanho adaptadas à caça de grandes animais arborícolas como macacos, preguiças, lêmures, etc., tais como a águia-coroada africana, a águia-das-filipinas e a águia-da-nova-guiné. Todas essas são chamadas de águias-pega-macaco em suas localidades de origem devido ao grande porte, que coloca animais maiores, como macacos, em seu cardápio.
  • Hábitat: florestas tropicais e a espécie se dispersa geograficamente do México à Bolívia, na Argentina e em grande parte do Brasil, notadamente no Amazonas, vivendo em árvores altas, dentro de vasta mata, onde constrói seus ninhos. Habitava as matas brasileiras de forma abrangente. Hoje pode ser encontrado na Amazônia e visto raramente na Mata Atlântica. Na região amazônica da Guiana, onde foi bem estudado, verificou-se que é um predador sobretudo de mamíferos.
  • Hábitos: rápida e possante em suas investidas,tão forte fisicamente que consegue erguer um carneiro sem maiores dificuldades.
    • Voa alternando rápidas batidas de asa com planeio. Tem um assobio longo e estridente e, nas horas quentes do dia, costuma voar em círculos sobre florestas e campos próximos.
    • As  H. harpyja conservam energia se empoleirando silenciosamente, vendo e ouvindo por longos períodos de tempo. Elas caçam com curtas e rápidas investidas. As fêmeas, maiores, caçam presas mais pesadas do que os menores, mais ágeis e rápidos machos. Estas técnicas complementares podem aumentar as chances de sucesso na obtenção de comida. Grandes presas, como preguiças e macacos, costumam ser consumidas parcialmente até poderem ser transportadas para o ninho.
  • Alimentação: composta de animais de porte médio, como aves, macacos, preguiças até macacos maiores como os bugio.
    • Elas caçam pelo menos dezenove espécies de animais, dezesseis destas são arborícolas.Em cativeiro são alimentadas com carne, pequenos animais como ratos, etc.
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  • Reprodução: assim como as águias em geral, são monogâmicas, unindo-se por toda a vida.
    • Ninhos em árvores muito altas, com galhos bem separados, de até 40 metros de altura.
    • O casal dá uma cria a cada dois ou três anos. O período reprodutivo vai de junho a novembro e o período de incubação é de 2 meses.
    • As fêmeas depositam um ovo ou dois, mas, caso ambos os ovos sejam incubados com sucesso, em condições naturais somente o primogênito sobrevive, já que o filhote maior invariavelmente matará o menor (este "cainismo" é comum a várias espécies de águia, e permite estratégias de conservação baseadas na remoção do filhote menor do ninho para criação artificial).
    • O filhote testa suas asas com seis meses. No entanto, fica sob os cuidados dos pais, sendo alimentado, por outros seis a dez meses, mantendo, assim, uma longa dependência.
    • A maturidade sexual é atingida aos quatro ou cinco anos e o indivíduo pode retornar ao mesmo ninho em que nasceu.
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  • Perigos à sua sobrevivência: destruição de seu habitat (necessita de grandes áreas para viver). Atualmente, a  H. harpyja encontra-se praticamente restrita à floresta amazônica.
    • É ameaçada pela caça predatória por ser considerada perigosa para as criações de animais domésticos.
    • De acordo com a ONG estadunidense Peregrine Fund, que se dedica à proteção internacional de aves de rapina diurnas, a  H. harpyja é uma espécie "dependente de conservação", na medida em que o declínio da espécie em toda a sua área de ocorrência, produzido principalmente pelo desmatamento, exige políticas ativas de conservação e/ou reprodução em cativeiro, que impeçam que a ave se torne uma espécie imediatamente ameaçada de extinção. O Peregrine Fund realizou, aliás, algumas experiências bem sucedidas de criação em cativeiro e libertação de  H. harpyja em uma reserva florestal no Panamá.
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  • Curiosidades:
    • Por causa do tamanho e ferocidade do animal, os primeiros exploradores na América Central nomearam estas águias em função das monstruosas meio-mulheres/meio-águias da mitologia grega clássica.
    • H. harpyja é o pássaro nacional e está desenhada no brasão do Panamá.
    • Está desenhada no brasão de armas do Estado do Paraná.
    • É o símbolo e estampa o escudo da tropa de elite da Polícia Federal do Brasil, o Comando de Operações Táticas.
    • Faz parte do simbolo do 4º Batalhão de Aviação do Exército Brasileiro, e também denomina um esquadrão da Força Aérea Brasileira, o 7º/8º Esquadrão Hárpia.
    • É o designativo das aeronaves do Núcleo de Operações e Transporte Aéreo da Polícia Militar do Espírito Santo.
    • É o animal que artistas desenharam para criar 'Fawkes a fênix' para o filme Harry Potter e a Câmara Secreta.
    • É capaz de exercer uma pressão de 42 kgf/cm² (4,1 MPa ou 530 lbf/in²) com suas garras. Ela pode erguer mais de 3/4 de seu peso.
    • Garras são tão fortes que são capazes de esmigalhar um crânio humano.
    • É a águia mais pesada da atualidade e a águia-das-filipinas é a única águia viva que se compara a ela em tamanho. Entretanto, a extinta águia-de-haast da Nova Zelândia era aproximadamente 50% maior do que ela.
    • Dá nome ao projeto de inteligência artificial mantido pelo SERPRO.
    • Em 15 de janeiro de 2009 nasceu um filhote de harpia no Refúgio Biológico de Itaipu. Com 100 gramas de massa, é o primeiro filhote a nascer com sucesso em cativeiro no sul do Brasil.[3]
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Harpias e a mitologia

As harpias (em grego, ἅρπυιαι) são criaturas da mitologia grega, frequentemente representadas como aves de rapina com rosto de mulher e seios [6]. Na história de Jasão, as harpias foram enviadas para punir o cego rei trácio Fineu, roubando-lhe a comida em todas as refeições [7]. Os argonautas Zetes e Calais, filhos de Bóreas e Orítia, libertaram Fineu das hárpias, que, em agradecimento, mostrou a Jasão e os argonautas o caminho para passar pelas Simplégades [7]. Enéias e seus companheiros, depois da queda de Tróia, na viagem em direção à Itália, pararam na ilha das Harpias; mataram animais dos rebanhos delas, as atacaram quando elas roubaram as carnes, e ouviram de uma das Harpias terríveis profecias a respeito do restante de sua viagem. [8]
Segundo Hesíodo, as harpias eram irmãs de Íris, filhas de Taumante e a oceânide Electra, e seus nomes eram Aelo (a borrasca) e Ocípete (a rápida no vôo) [9]. Higino lista os filhos de Taumante e Electra como Íris e as hárpias, Celeno, Ocípete e Aelo [10], mas, logo depois, dá as hárpias como filhas de Taumante e Oxomene [6]

Referências bibliográficas
  1.  Raptors (em Inglês). IOC World Bird List. Página visitada em 13 de Outubro de 2010.
  2.  Harpia harpyja ITIS, the Integrated Taxonomic Information System].
  3.  "Ave rara no Brasil nasce no Refúgio Biológico de Itaipu". . (página da notícia visitada em 21/01/2009)
  4. http://pt.wikipedia.org/wiki/Harpia
  5. http://pt.wikipedia.org/wiki/Harpia_(mitologia)
  6. ↑ a b HiginoFabulae, XIV, Argonautas reunidos
  7. ↑ a b HiginoFabulae, XIX, Fineu
  8.  [ Bulfinch, Thomas , O Livro de Ouro da Mitologia: Histórias de Deuses e HeróisEdiouro
  9.  HesíodoTeogonia, 265-269
  10.  HiginoFabulaePrefácio

Imagens
  1. sagrado-feminino.blogspot.com
  2. aamazoniaenossa.blogspot.com
  3. bocadaonca.com
  4. andersonanimals.blogspot.com
  5. nitroimagens.com.br
  6. avesnicaragua.org
  7. osihvas.lapunk.hu

Palavras-chave: 
  • Harpia harpyja, rapina, fauna brasileira, ameaçados de extinção, Animalia, Chordata, Aves, Accipitriformes, Falconiformes, Accipitridae, biologia.

4 comentários:

  1. Bom mesmo! O incrivel foi ter uma delas como hospede por um tempo... chegou numa tempestade e depois de alguns meses, maior e mais forte partiu...Eu o chama de Gower!

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